Zagreb
Zagreb pode não ser a mais bela cidade europeia, mas a capital da Croácia não deixa, por isso, de merecer atenta visita. Tal como os Lagos Plitvice, esses sim, autênticas maravilhas com que a Natureza brindou o país, a meio caminho entre Zagreb e a costa do Adriático. Uma viagem a dois locais distintos, numa espécie de introdução à diversidade da Croácia, porta de entrada nos Balcãs.
(Narração da viagem feita por mim e por Carlos)
Ao primeiro impacto, a capital croata não parece a mais esbelta das capitais europeias, mas há que procurar esses encantos, caminhar por ruelas secundárias, deixar-se perder. Fui à procura de recantos citadinos onde o quotidiano local mereça um olhar interessado do viajante e, verdade seja dita, há muitos locais de interesse na cidade. A praça central, Jelacica, por exemplo, é ponto distribuidor dos transeuntes pelas diferentes zonas de Zagreb, como as imperdíveis ruas empedradas dos bairros medievais de Kaptol e Gradec, nomes das vilas adjacentes que haveriam de dar origem a Zagreb.
Não muito longe, o edifício do Teatro Nacional da Croácia chama a atenção pela sua imponência e pelo colorido da fachada. A Catedral de São Marcos, no centro do bairro Gradec, permite apreciar obras do mais famoso escultor croata dos tempos modernos, Ivan Mestrovic. A rua pedonal de Tkalciceva, pejada de agradáveis cafés que se transformam em bares dançantes por volta da hora de jantar, é um bom refúgio para quando os pés pedem descanso, o corpo pede uma bebida refrescante ou a mente solicita uma conversa com os amáveis croatas. Vale bem a pena parar num desses cafés e apreciar, sem pressas, o quotidiano da capital.
Prossigo. A uma escadaria de distância da praça Jelacica, uma passagem pelo mercado de vegetais de Dolac permite interagir com as sempre extrovertidas vendedoras e conhecer os hábitos alimentares croatas. A gastronomia é, aliás, um dos grandes prazeres de viajar pelo mundo e experimentar um pouco da gastronomia local quando se está num novo país é algo que tenho por imprescindível. Os sabores de um povo fazem parte da sua cultura, dos seus costumes, e para conhecê-los nada melhor do que pedir sugestões a quem lá mora. Foi assim que o restaurante Boban me foi entusiasticamente recomendado por uma croata de meia-idade. Ora, o curioso na recomendação é que o restaurante não serve comida tradicional croata, mas sim italiana. Uma evidência - mais uma - da influência do exterior nesta nova fase da vida da Croácia.
Ventos de Roma sopram na Croácia, aliás, em vários outros aspectos. Na religião, por exemplo. Após um longo período de proibição, o catolicismo parece readquirir enorme força entre o povo croata, numa espécie de grito de independência ante o passado opressor.
EM VIAGEM PELOS LAGOS PLITVICE
Ao terceiro dia em Zagreb decido sair da cidade. O apelo de conhecer o belíssimo Parque Nacional dos Lagos Plitvice impeliu-me à central de camionagem, onde apanhei um autocarro madrugador rumo a Plitvice. Fiquei deslumbrado. Em todo o mundo recordo-me apenas de um lugar que se assemelhe visualmente a Plitvice e isso foi do outro lado do globo terrestre: no Parque Natural de Jiuzhaighou, localizado na província chinesa de Sichuan e também ele classificado como Património da Humanidade pela UNESCO.Não há dúvida de que Plitvice é um dos lugares mais surpreendentes de toda a Croácia. Saltam à vista os indescritíveis tons de azul das águas que correm calmamente, a encantadora sequência de cascatas e lagos circulares, ao longo de um vale escarpado e verdejante, adornado por passadiços de madeira que tornam a caminhada prazenteira. Tudo parece tão perfeito que é como se as lagoas tivessem sido ali colocadas por mão humana, harmoniosamente, de forma irrepreensível.
Uma visita ao Parque Nacional dos Lagos Plitvice é um passeio absolutamente recomendável. Seja feito num dia a partir da capital Zagreb, seja uma paragem a caminho de Split - a segunda maior urbe da Croácia - ou Zadar, na costa do mar Adriático. Para conhecer Plitvice, demora-se cerca de quatro horas a visitar a totalidade do parque, ou mesmo mais, se parar frequentemente ou se, por azar, o dia for de grande enchente de turistas.
Sim, é verdade, já há grandes enchentes de turistas na Croácia. Mas, ainda assim, o país parece ter capacidade para gerir essa popularidade. Ainda bem. Em todo o caso, pelo sim pelo não, faça as malas e parta em direcção a este recanto dos Balcãs o mais cedo possível. A Croácia merece.
Legal seu ponto de vista sobre a Croácia. Tenho muita vontade de conhecer esse belo país! obrigadoe continue escrevendo.
ResponderExcluir